Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha está enfrentando um dos piores momentos em sua gestão, com uma onda de protestos nas redes sociais, depois que o governo realizou uma operação, em pleno domingo, para fechar um dos principais espaços de cultura e de confraternização de famílias em Brasília, o Eixão do Lazer.
As manifestações ganharam escala e um grande ato está previsto para o próximo domingo na capital. Ibaneis até virou letra de samba por causa do ato.
“Ô Ibaneis, larga do nosso pé. Deixa povo vai se alegrar, larga de ser mané”, diz a letra adaptada para um vídeo que mostra como famílias ocupam a área pública aos domingos, quando o trânsito no eixo que corta as Asas Sul e Norte, na capital federal, é interrompido para atividades ao ar livre da população.
O lugar é palco de rodas de choro e outras manifestações culturais, o que atrai públicos de diferentes cantos do Distrito Federal. A presença desses eventos e a existência de comércio ambulante levaram o governo realizar uma grande operação no último domingo.
Depois de todo o desgaste, Ibaneis, que chegou a dizer que as famílias iriam ao lugar para beber cachaça — “não podemos desvirtuar a ideia do Eixão do Lazer e transformar num Eixão da cachaça” — e proibiu a atuação de ambulantes, recuou dizendo que o espaço seguirá aberto.
“O Eixão do Lazer é uma conquista da população de Brasília, não vai fechar, nem ninguém será impedido de promover as atrações culturais que se tornaram um patrimônio da capital. A ação da DF Legal neste domingo atendeu reclamações de moradores próximos, tendo sido orientada apenas a organizar o comércio no local, que será mais funcional na medida em que possamos cadastrar e regularizar a atividade”, disse Ibaneis.
Alguns eventos realizados no Eixão do Lazer são organizados e chegam a receber patrocínio oficial e estrutura de órgãos federais como é o caso do Choro no Eixo, promovido pelo músico Márcio Marinho, que tem suporte da Caixa Econômica Federal.
Os protestos nas redes ganharam força com a entrada de políticos da oposição ao governo de Ibaneis. O caso mobiliza desde então a opinião pública na capital federal.