Veja como a disputa política cobra caro do Brasil nessa guerra contra o coronavírus. Jair Bolsonaro odeia João Doria, não é novidade, mas seu governo teria muito a ganhar se deixasse a rivalidade política de lado por alguns meses e tentasse trabalhar em conjunto com o governo de São Paulo.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, assumiu a pasta com o navio já navegando na direção do iceberg. Nesta quinta, teve de admitir de forma constrangedora que sua pasta não conseguirá comprar respiradores — vitais para evitar mais mortes na pandemia – no mercado internacional.
ASSINE VEJA
Clique e AssineO governo brasileiro, isolado pela política do chanceler blogueiro Ernesto Araújo e pelas críticas do clã do presidente à China, terá de se virar para comprar os equipamentos no mercado interno.
Mas nem todos os gestores brasileiros enfrentam as dificuldades registradas pelo governo Bolsonaro. Como o Radar revela na edição de VEJA que começou a circular nesta sexta, o governo de São Paulo vai receber nos próximos dias um carregamento de 1.000 respiradores comprados na China.
Como é que o governo de Doria consegue e o governo Bolsonaro não consegue? A mesma lógica vale para estados como o Maranhão e o Pará, que conseguiram comprar equipamentos em menor número no mercado internacional.
Fica evidente que o Ministério da Saúde perdeu-se na luta contra o vírus. Pedir ajuda aos governadores seria o caminho mais lógico ao presidente nesse momento.