Forças que abriram cofre em 2022 desarranjam orçamento de 2026, diz Haddad
Ministro afirma que Centrão ‘não estava nem aí’ para gasto público quando apoiou reeleição de Bolsonaro e agora posa de ‘paladino de defesa de privilégios’

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quinta, dia seguinte à derrota sofrida pelo governo Lula na Câmara que levou a MP que compensava o impacto fiscal da revogação dos decretos do IOF a perder a validade, que as mesmas forças políticas que “abriram os cofres” públicos para tentar garantir a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022 agora estão “desorganizando o orçamento de 2026 para obter o resultado eleitoral”.
“Aquele pessoal de 2022, que não estava nem aí para o gasto público, agora resolveu posar de paladino de defesa de privilégios para garantir o privilégio de quem não paga imposto”, declarou Haddad a jornalistas ao chegar ao Ministério da Fazenda.
Ele disse que o governo vai atuar dentro de suas competências constitucionais para fazer valer a orientação de Lula de não abrir mão da responsabilidade fiscal e nem dos programas sociais. “É a lei (da reforma) do Imposto de Renda, é a lei do devedor contumaz, é a questão da (tarifa social da) energia elétrica…”, afirmou.
Haddad insistiu que ainda não há qualquer definição sobre as medidas que o Executivo adotará para reagir à perda de validade da MP do IOF e que as especulações atuais “não correspondem à realidade”. Mas adiantou que a união dos partidos do Centrão para impedir a aprovação da proposta “tem um impacto orçamentário importante em emendas, em investimento”.
“Todas as alternativas antes de serem autorizadas vão passar pelo crivo do presidente da República. Geralmente, quando nós vamos ao presidente da República, nós vamos com várias alternativas, com vários cenários, até para dar a ele graus de liberdade para que ele possa sopesar as alternativas a avaliar a conveniência a oportunidade de quaisquer delas”, disse o ministro.