Os advogados da família de Marcelo Arruda, assassinado na última semana no Paraná, divulgaram uma nota contestando o resultado do inquérito sobre a morte do petista e apontando uma série de supostas irregularidades cometidas no andar das investigações.
Nesta sexta, a delegada responsável pelo caso concluiu que não há como apontar que o crime foi político ou motivado por ódio. O assassino, José Guaranho, será indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe.
“Estamos reunindo elementos para ver quais ações adotar. A priori, as questões apontadas indicam que o inquérito foi maculado por uma investigação insuficiente, com uma conclusão precipitada, e que não atendeu ao necessário princípio da efetividade e da busca da verdade”, diz Daniel Godoy Júnior, um dos advogados que assinam a nota.
No documento, a defesa da família Arruda questiona a desqualificação de motivação política no crime e aponta que não teve acesso ao inquérito da Polícia Civil.
Os defensores, em um dos pontos, queixam-se de que não tiveram resposta sobre o pedido feito para a produção de provas por familiares. Por outro lado, a conclusão dos investigadores baseou-se, fundamentalmente, no depoimento da esposa de Guaranho. De acordo com ela, o marido voltou à festa porque queria revidar uma suposta humilhação sofrida na discussão com Arruda, e que o motivo, por isso, não foi político.
Os advogados questionaram, ainda, o porquê de a família não ter sido autorizada a indicar testemunhas e o porquê de a entrega do relatório ter sido feita sem a conclusão de perícias nos bens apreendidos — quais sejam: celular e veículo de Guaranho e DVR do clube.
Por fim, a defesa da família Arruda indaga o motivo de o prazo de conclusão do relatório do inquérito policial ter sido antecipado em quatro dias — a entrega estava prevista para a terça-feira da próxima semana.