O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que as declarações do chefe de arbitragem da CBF na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas sobre as regras para a equipe de VAR exibir imagens para o árbitro de campo caíram “como uma bomba” no mundo do futebol.
Nesta quinta-feira, Wilson Seneme disse à comissão de inquérito que o árbitro no comando do VAR “não está obrigado a mostrar para o árbitro de campo todos os ângulos que estão na cabine nem todos os ângulos que ele visualizou”.
O chefe de arbitragem da CBF acrescentou que “o protocolo VAR da FIFA estabelece que um árbitro, para tomar uma decisão, não tem a obrigatoriedade de checar todas as câmeras, senão o jogo vai ficar interrompido por muito tempo”.
Os integrantes da CPI questionavam Seneme sobre a revisão de VAR do lance que resultou na expulsão de um zagueiro do Botafogo durante a derrota por 4 a 3 para o Palmeiras, no Estádio Nilton Santos, no Rio, em 1º de novembro de 2023.
Em vídeo publicado em seu Instagram na quarta à noite, o dono da SAF do Botafogo, John Textor, alegou que a equipe de vídeo teria omitido do árbitro de campo um ângulo de câmera que mostra que o jogador expulso chutou a bola antes de atingir o adversário.
“É lógico que a regra manda o VAR enviar os melhores ângulos para o árbitro em campo. Mas isso não significa que o VAR possa suprimir os melhores ângulos, que foi o que aconteceu no caso”, afirmou Portinho ao Radar.
Depois da reunião da CPI nesta quinta, representantes de clubes disseram ao senador estar “surpresos” por ouvir o chefe de arbitragem da CBF declarar que a equipe de VAR tem a discricionariedade de omitir certas imagens do árbitro principal.
“Os clubes todos deveriam se unir e exigir protocolos mais rígidos do VAR. (Isso) é manipulação de imagem. É coisa muito séria, que justifica justifica uma investigação ser aberta pelo Ministério Público”, disse Portinho. “É a materialidade dos indícios levados pelo Textor à CPI.”