O empresário Salim Matar, ex-secretário especial de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia de Paulo Guedes, criticou nesta quinta a aprovação na Câmara da PEC dos Precatórios, cujo objetivo é dar um calote em parte da dívida pública para abrir espaço para equacionar o pagamento do novo auxílio que o governo federal pretende lançar. A proposta de emenda à Constituição é vista por analistas como uma pedalada a ser adotada para que a União possa burlar o teto de gastos estabelecido em lei.
Mattar era responsável por tocar o programa de privatizações do governo federal, uma promessa de campanha de Jair Bolsonaro. Em agosto de 2020, o empresário fundador da locadora de carros Localiza pediu demissão do cargo por não ter conseguido levar adiante seu plano de venda de ativos estatais.
Pelas redes sociais, Mattar chamou a PEC dos Precatórios de “PEC do Calote” e disse que ainda há esperança de o quadro ser revertido em segunda votação. O empresário, contudo, observou que a maioria foi favorável ao projeto. Ele disse que com a votação na Câmara, o país perdeu a oportunidade de passar uma imagem de seriedade e responsabilidade com a questão fiscal.
“Apesar de tudo, eu acredito no futuro do Brasil! A PEC do calote foi aprovada por 312 deputados mas 144 se posicionaram contra. Não são a maioria mas significa que podemos ter esperança. O Brasil perdeu mais uma oportunidade para se posicionar como um país sério”, disse.