O deputado federal eleito Mendonça Filho (União Brasil-PE), que foi ministro da Educação do governo Michel Temer, declarou o voto em Jair Bolsonaro na disputa contra Lula no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto. O ex-governador e ex-vice-governador de Pernambuco já havia anunciado apoio a Raquel Lyra (PSDB) na eleição para o governo do estado, que ela disputa contra a ex-petista Marília Arraes (Solidariedade).
O partido de Mendonça decidiu liberar seus diretórios e filiados “para que sigam seus próprios caminhos” na eleição nacional. Em Pernambuco, no entanto, o presidente nacional do União Brasil, o também deputado federal — reeleito — Luciano Bivar causou polêmica no diretório estadual ao anunciar apoio da legenda a Marília, provocando a reação de Mendonça e outras lideranças da sigla.
“Minha posição no segundo turno é de coerência. O PT e o PSB estão há mais de 20 anos no poder no Recife e em Pernambuco. Nosso estado está estagnado, perdeu espaço para outros do Nordeste. Sempre combati o PT, partido que ajudei a tirar do poder em 2016, ao coordenar na Câmara dos Deputados o impeachment de Dilma”, escreveu Mendonça na noite desta segunda, em publicação nas redes sociais com a foto de Bolsonaro e Raquel Lyra.
Um parêntesis sobre a situação estadual: a candidata tucana não apoia nem Lula nem Bolsonaro publicamente, tendo feito campanha no primeiro turno ao lado de Simone Tebet — que se juntou ao petista. Em Pernambuco, o ex-presidente obteve 65,27% dos votos válidos contra 29,91% do candidato à reeleição. A associação com Bolsonaro tem, portanto, potencial negativo para a candidatura de Raquel, que passou ao segundo turno com 20,58% dos votos válidos contra 23,97% de Marília, agora apoiada por Lula.
Sobre o voto para dar mais quatro anos de mandato ao atual presidente, Mendonça disse que o “debate sobre a importância da Democracia é fundamental” e que vota em Bolsonaro reafirmando o compromisso “com os valores e com as instituições democráticas e com o respeito às diferenças”.
“No entanto, acho importante destacar que o PT, ao contrário do que diz, tem no seu DNA o vírus da intolerância, que plantou no país a cultura do eu contra eles. Governos do PT defenderam o controle social da mídia e chegaram a pedir a cassação do visto do jornalista norte americano Larry Rohter, por ter falado sobre o gosto do presidente Lula por bebida”, disse, acrescentando que ele e sua família foram vítimas da “intolerância petista”.