Deputado que orou com Lula rebate crítica de líder do PL a Messias no STF
Em entrevista a ‘Os Três Poderes’, de VEJA, Cezinha de Madureira diz que evangélicos não podem ‘perder oportunidade’ de apoiar indicação do AGU

O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), rebateu a declaração do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), ao Radar, de que a eventual indicação de Jorge Messias para o STF não representaria um aceno de Lula aos evangélicos.
“Gostaria, então, que o deputado citado não perdesse a oportunidade e levasse ao presidente Lula agora um nome evangélico, então, já que o Messias não representa os evangélicos”, ironizou Cezinha, em entrevista ao programa “Os Três Poderes”, de VEJA, nesta sexta.
Pastor da Assembleia de Deus Ministério Madureira, o deputado do PSD disse que o governo Lula ganhou as últimas eleições e, por isso, tem o direito de indicar “quem quiser” para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso no Supremo.
“Nós temos agora a oportunidade de ter no STF mais um ministro evangélico”, afirmou. “Um ministro primeiramente qualificado, e é evangélico, vai comungar com nossos valores”, acrescentou, elogiando ao advogado-geral da União de Lula.
O líder do PL, por sua vez, considera Messias um “cristão petista”, cuja eventual indicação ao Supremo representaria só 5% dos evangélicos, que se alinham politicamente com a esquerda.
Cezinha de Madureira pontuou, contudo, que, quando foi indicado ao Supremo pelo então presidente Jair Bolsonaro, André Mendonça – também evangélico – teria recebido seis votos da bancada do PT no Senado.
No então governo Bolsonaro, por outro lado, segundo o parlamentar da bancada evangélica, só Rogério Marinho (PL-RN), hoje líder da oposição no Senado, teria manifestado apoio a Mendonça.
“O restante (do governo Bolsonaro), todo mundo entrou na caverna. Sumiu, com medo. Naquela época, se não fossem os votos do PT, talvez não tivéssemos o ministro André Mendonça no Supremo”, declarou Cezinha.
“Não podemos perder a oportunidade de apoiar o presidente Lula na indicação do ministro Jorge Messias”, acrescentou.