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Deputada nega ter oferecido vaga no STF a Moro a pedido de Bolsonaro

Carla Zambelli justificou mensagens de celular como forma de ‘incentivar’ Moro a ficar no governo

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2020, 20h00 - Publicado em 13 Maio 2020, 19h57

No depoimento de cinco páginas na Polícia Federal, a deputada Carla Zambelli disse aos interrogadores que não conversou com Jair Bolsonaro sobre a proposta que fez a Sergio Moro, para que ele aceitasse o indicado do presidente no comando da Polícia Federal em troca da vaga no Supremo Tribunal Federal.

“Não chegou a ter qualquer conversa com o presidente no sentido de o ex-ministro moro aceitar a substituição da direção da PF, tendo como contrapartida a vaga no STF”, disse a deputada.

Para Zambelli, o “caminho natural” para Moro no governo seria, na visão dela, ser indicado ao Supremo e que por causa disso ela usou o tema nas mensagens, para “incentivar” Moro a permanecer no governo.

A deputada também afirma que foi orientada pelo chefe da Secom, Fabio Wajngarten e do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a “fazer o possível” para que Moro não deixasse o governo. “Se recorda ainda de ter estabelecido contato naquela oportunidade com Fabio Wajngarten e com o ministro Ramos, e ambos sugeriram que a depoente continuasse a manter contato com Sergio Moro, ‘fazendo o possível’ para que o mesmo permanecesse como ministro. Sua percepção, caso o ex-ministro não tivesse exoneração na sexta, haveria tempo hábil no final de semana para composição do nome do novo diretor da PF”, disse.

A deputada disse que não procurou saber no Planalto as razões de Bolsonaro para trocar o superintendente da PF no Rio e o diretor da corporação em Brasília. Zambelli admitiu ter perguntado a Moro sobre um inquérito contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e disse que só queria saber se eles eram “de responsabilidade da PF”. “Essa pergunta partiu apenas da depoente e não do presidente Jair Bolsonaro”, disse.

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