As figuras conhecidas da política do Rio na delação de Lavouras
Crivella e ex-deputados Júlio Lopes e Carlos Osório teriam recebido repasses
A delação firmada pela PGR com o ex-presidente da Fetranspor José Carlos Lavouras cita repasses para nomes que até pouco tempo integravam o primeiro escalão da política do Rio de Janeiro. Nomes como o do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), do deputado federal Júlio Lopes (PP) e dos deputados estaduais Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani, do MDB, foram citados como beneficiários de propina cuja contrapartida eram ações que beneficiassem o setor de transportes. Os nomes já tinham sido divulgados em reportagem do site Correio da Manhã.
Ex-deputados e ex-secretários de Sergio Cabral também foram implicados na delação, casos de Régis Fichtner (MDB) e Carlos Osório (PSDB). Os trechos da delação que citam pessoas sem foro foram remetidos à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, comandada pelo juiz Marcelo Bretas, a mando da subprocuradora-geral de Justiça, Lindôra Araujo.
O ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), por exemplo, é citado como tendo recebido “vantagens ilícitas” entre 2010 e 2016, em ocasião de suas campanhas a governador, senador e a prefeito do Rio.
Já Júlio Lopes é acusado de receber de Lavouras repasses de 100.000 reais por mês em 2010, valor que foi elevado para 150.000 reais por mês a partir de julho de 2012. De acordo com o delator, o pagamento era feito por meio de notas frias de escritório advocatício ligado ao deputado.
Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani integravam a elite da Alerj em novembro de 2017 quando foram presos. Picciani, na ocasião, ocupava a presidência da assembleia.
O ex-secretário de transportes do Rio e ex-deputado estadual Carlos Osório, por sua vez, é acusado de receber 3,5 milhões de reais em vantagens indevidas da Fetranspor.