Primeiro passo concreto de Rodrigo Pacheco rumo ao Planalto, a filiação ao PSD foi desenhada para posicionar o chefe do Senado no imaginário nacional sob a luz de um grande político mineiro. A assinatura da ficha ocorrerá no Memorial JK, em Brasília.
Para Gilberto Kassab, cacique do partido, Pacheco encarna a figura de Juscelino Kubitschek por ser um nome capaz de “pacificar o país” e garantir “estabilidade e previsibilidade para a volta do desenvolvimento”.
Outra semelhança de Pacheco e JK, na visão dos aliados do PSD, está no estilo. Mineiros, ambos são reconhecidamente apontados, cada um a seu modo, como políticos habilidosos em articular e transitar por grupos políticos de diferentes orientações.
“Na eleição para a Presidência do Senado, por exemplo, Pacheco, em seus 57 votos, reuniu apoio de senadores do PT, da Rede, PSB, MDB, PSD e, também, do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro”, diz um aliado.
Do ponto de vista programático, as semelhanças também aparecem, na visão dos apoiadores de Pacheco. “Nos discursos de Pacheco, hoje, e de JK, em 1954, o ponto comum é a defesa do desenvolvimento econômico, mas com uma marca forte de justiça social, do Estado necessário e com um plano de país, e não apenas de governo”, avalia um interlocutor do presidente do Senado.
No evento da próxima quarta-feira, além de integrantes da bancada federal, estarão presentes ao ato de filiação de Pacheco os prefeitos Alexandre Kalil (Belo Horizonte) e Eduardo Paes (Rio de Janeiro), e o governador do Paraná, Ratinho Júnior.