Machado da Costa, repórter de Veja
Gente com muita influência sobre os rumos do BNDES é taxativa: o banco terá que fazer, já nas próximas semanas, um programa de demissão voluntária (PDV). Com o foco da instituição reduzido a privatizações e concessões, a folha de pagamentos começará a sufocar a estatal.
Isso acontece porque o banco está vendendo rapidamente sua carteira de ativos, o que reduzirá os fluxos de dividendos e recebíveis de renda fixa. Além disso, o novo presidente, Gustavo Montezano, possui a missão de devolver um grande volume de recursos ao Tesouro Nacional — 126 bilhões de reais — até o fim do ano, o que vai reprimir ainda mais o poder de fogo do banco. Neste ano, foram devolvidos 56 bilhões de reais.
A necessidade de um PDV é comentada no alto comando da instituição, mas o plano de ação ainda não foi colocado à mesa para discussão. Isso é esperado para acontecer nas próximas reuniões do Conselho de Administração. Hoje, o banco tem 2.675 funcionários.
Em meio ao ritmo estagnado da economia brasileira, o BNDES liberou, para empréstimos já aprovados, 25,153 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, queda real de 12,8%. O último balanço disponível do banco refere-se ao primeiro trimestre, quando registrou um lucro de 11,1 bilhões de reais.