Quanto mais próximas as eleições para a presidência das seccionais da OAB nos estados, mais frequentes são os ataques, acusações e controvérsia envolvendo as chapas participantes.
De casos que vão desde denúncias de fraude para preenchimento de cota racial até chapas que aglutinam denunciante e denunciado de assédio sexual, a polêmica da vez aconteceu em Salvador, na Bahia.
No início do mês, Ana Patrícia Dantas, da chapa ‘OAB de Coração’, expôs a vandalização de seu comitê, no bairro do Rio Vermelho. Sua foto e a do candidato a vice-presidente, Carlos Tourinho, foram pintadas com tinta vermelha.
A advogada, que é autodeclarada negra, tem como um dos motes da sua campanha o fato de que a OAB da Bahia nunca teve, na presidência, uma mulher e negra.
“Segundo a polícia, esse comportamento é muito característico quando se quer atacar uma mulher, pichar a boca e os olhos. E ainda mais grave, quando é usada a cor vermelha, que representa sangue e sofrimento”, diz comunicado emitido.
Ana Patrícia foi eleita a primeira mulher advogada a ocupar a vice-presidência da OAB-BA, e foi reeleita para o cargo em 2018. A advogada é especialista em Direito Processual Civil e membro das comissões de Direito da Família e Direito Portuário da OAB Nacional.
Pouco mais de uma semana depois, no dia 9, a fachada do imóvel onde funciona o comitê da principal adversária de Ana Patrícia, Daniela Borges, também amanheceu pichado. A candidato, no entanto, diz não entender que o vandalismo teve motivações políticas.