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Com a tragédia no RS, Lula ganhou uma nova causa e uma nova chance

A reconstrução do Sul e o combate à crise climática oferecem ao petista um novo roteiro, longe de intrigas de poder, mas tudo pode se perder pela corrupção

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 07h19 - Publicado em 10 Maio 2024, 06h01

Quando assumiu o Planalto, Lula passou por um breve período de angústia. Seus muitos ministros falavam ao vento sobre revogar reformas, expulsar aplicativos do país e outras ideias mirabolantes voltadas apenas a agradar claques de esquerda.

A ausência de projeto e de planejamento no novo governo, evidente em tantas falas cruzadas, foi superada pelo 8 de janeiro, quando os bolsonaristas avançaram contra as instituições num ato de destruição nunca antes visto. Até então sem rumo, Lula ganhou uma causa, a defesa da democracia, um inimigo a combater, o discurso de ódio a intolerância da polarização política, e venceu a resistência das forças políticas que tiveram de se unir em torno dessa empreitada.

A defesa da democracia e a “reconstrução” das instituições foram o enredo do primeiro ano de gestão petista. Essa agenda, no entanto, se esgotou e o governo voltou a viver dias turbulentos, sem grandes feitos administrativos e com disputas de poder a infestar Brasília. Sem maioria no Congresso, impopular nas pesquisas, o petista estava no meio de uma briga com caciques partidários que se anunciava perigosa ao recorrer ao STF para dobrar o Legislativo na discussão da desoneração de setores da economia.

Novamente, o imponderável surgiu para dar a Lula e seu governo — perdido em viagens internacionais e disputas internas –, uma nova causa. Ninguém mais está focado nas graves histórias que saíam da Petrobras ou de outros ministérios. A tragédia no Rio Grande do Sul acabou, por ora, com os atritos entre os poderes e tem, felizmente, fomentado uma rede de solidariedade capaz de revitalizar a fé nas forças políticas. Petistas e bolsonaristas votaram unidos no Senado, nesta semana, para aprovar as primeiras medidas de socorro ao povo gaúcho.

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Lula, com o grande gabinete de crise armado para gerenciar o socorro ao Rio Grande, tem nova chance de colocar o governo no rumo certo, agora sem pressões por cortes de gastos diante das proporções apocalípticas dos eventos climáticos no Sul. Que o petista saiba aproveitar essa oportunidade para cobrar foco e competência do governo, deixando de lado provocações políticas desnecessárias com quem já não está no poder — fake news se combate com investigação e processo na Justiça, não com mais barulho.

A resposta do Estado deve ser rápida e responsável, gastando no que for necessário, evitando escândalos de corrupção e distrações da polarização política que em nada ajudam as vítimas da crise climática. Quem perdeu tudo e vive em abrigos não tem tempo a perder com redes sociais, nem os ministros de Lula ou o próprio presidente e a primeira-dama deveriam se guiar por isso.

O Rio Grande do Sul vai se reerguer e o governo terá perdido uma grande oportunidade de provar-se, se na esteira de tudo que será feito, surgir um mar de lama nos gastos orçamentários — incluindo aí as nebulosas emendas parlamentares. A pandemia, maior tragédia do nosso tempo, mostrou que nada é capaz de barrar corruptos movidos a desvio de dinheiro público. A nova causa do governo Lula precisa passar distante de desvios. Eis o grande teste para o futuro da atual gestão.

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