Com 37 ministros no governo, PT lista ’31 ações’ no primeiro mês de Lula
Gestão petista terá, depois do Carnaval, a chance de sair do 'deserto de propostas' dos primeiros 40 dias de trabalho

No primeiro mês de funcionamento do novo governo, uma máquina formada por 37 ministérios, o PT divulgou recentemente uma lista com “31 ações” da gestão de Lula.
O balanço duvidoso é prova de como o retorno do petismo ao Planalto tem sido improdutivo. O novo governo não conseguiu gerar uma ação, por menor que seja, em cada uma das tantas pastas criadas para empregar a companheirada na Esplanada.
Pior: entre as 31 supostas realizações do primeiro mês de Lula, há coisas desse tipo: “Na primeira reunião com seus ministros, Lula ressalta: ‘Temos que levar o Estado aonde o povo mais precisa'”.
É duro não ter o que mostrar. Os ministros de Lula passaram mais de uma semana em cerimônias de posse com discursos de palanque sobre o que foi o desastre administrativo produzido por Jair Bolsonaro.
Estaria tudo certo se, além de criticar o antecessor, a turma tivesse decidido trabalhar. A imagem que resta, mais de quarenta dias depois da posse, no entanto, é de um governo que chegou ao poder sem um plano de voo. Tirando a defesa da democracia e a importante batalha de socorro aos Yanomami em Roraima, pouca coisa andou.
O PT não quis listar, mas poderia ter incluído nas “ações de governo” do primeiro mês, coisas do tipo:
Colocar os Correios para substituir a Uber no transporte por aplicativo.
Rever as reformas trabalhista e previdenciária.
Acabar com saqueaniversário do FGTS.
Financiar com dinheiro brasileiro do BNDES um gasoduto na Argentina.
Criar uma moeda comum.
“Tratar com mais carinho Cuba e Venezuela”, como disse Lula na reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
Minar a credibilidade do Banco Central autônomo…
O Carnaval finalmente chegou, como a agenda praticamente nula de atividades no Congresso e em outros órgãos comprova nesta semana.
Muita gente importante em Brasília torce para que o governo volte da folia mais produtivo, com ideias concretas e projetos a apresentar ao Legislativo para fazer o país crescer. O tempo para perder com firulas se foi.