Ciro Gomes se une a Bolsonaro na crítica aos lucros da Petrobras
Presidenciável do PDT quer limitar lucro da petroleira e mudar política de preços para reduzir o valor dos combustíveis
Ciro Gomes voltou a atacar nesta quarta a margem de lucro da Petrobras e a política de preços dos combustíveis da companhia que leva em conta o valor do barril de petróleo no mercado internacional e as variações do dólar em relação ao real. Rival de Jair Bolsonaro na campanha presidencial deste ano, Ciro tem, neste ponto, discurso convergente com o do presidente, que já reclamou dos altos ganhos da Petrobras e disse que a empresa teria um papel social a ser desempenhado.
Três anos depois de ser eleito com a promessa de imprimir uma gestão liberal, o governo de Bolsonaro sofre quedas de popularidade em razão da disparada dos combustíveis e agora busca uma forma de mudar o cenário sem ser considerado intervencionista na economia e desagradar o mercado.
Ciro disse em entrevista à rádio Sarandi AM, do Rio Grande do Sul, que no primeiro dia de um eventual mandato seu ele convocará o Conselho de Administração da Petrobras para mudar a política de preços e extinguir a chamada paridade internacional com o barril. Segundo o pedetista, ela só faria sentido se o país não fosse produtor de petróleo e se a Petrobras não detivesse praticamente o monopólio da venda de combustíveis no mercado interno.
O presidenciável disse que a empresa deveria ter uma margem de lucro limitada a 6,5%, o que seria, de acordo com ele, em linha com outras companhias do ramo no mundo. Ele critica a distribuição de dividendos e lucros para os acionistas da Petrobras enquanto o brasileiro paga valores recordes para a gasolina, o diesel e o gás de cozinha.
“A Petrobras está tendo lucro de 38% espoliando o povo brasileiro e, pior, distribuiu 101 bilhões de reais de lucro para os acionistas minoritários, que são os banqueiros no Brasil e no estrangeiro. Essa é a mamata que eu vou acabar no primeiro dia do meu governo”, disse Ciro.