Castro dará ultimato em Valdemar sobre permanência no PL em março
Em meio à perda de influência no partido, governador do Rio de Janeiro pode ir para o PP
Valdemar Costa Neto e Cláudio Castro têm reunião marcada para março para definir o futuro do governador do Rio de Janeiro no PL. Castro espera um compromisso do cacique com o seu projeto de eleger o prefeito da capital fluminense e outros 30 prefeitos e vice-prefeitos pelo Estado no ano que vem.
Um interlocutor do governador no Palácio Guanabara disse ao Radar que Castro “quer pilotar a eleição” e espera a palavra de Valdemar sobre se conseguirá fazer isso sem que seja surpreendido com mudanças a meses do pleito.
Castro quer evitar repetir o constrangimento do início de fevereiro na eleição ao comando da Assembleia do Rio, na qual o seu candidato saiu vitorioso, mas quase teve que disputar contra um correligionário, que se retirou da disputa pouco antes da votação. Ali ficou evidente a falta de influência do governador no partido. Naquela mesma semana surgiram notícias de que ele poderia deixar o PL rumo ao PP.
A informação procede e Castro está aberto à mudança principalmente com a perspectiva de concretização da federação do PP com o União Brasil. O candidato do governador à Prefeitura do Rio no ano que vem para disputar contra Eduardo Paes (PSD) é o Doutor Luizinho, do PP, o quarto deputado federal mais votado do Estado em 2022. Uma ala do PL defende uma candidatura própria. Entre os nomes já ventilados estão os de Flávio Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Eduardo Pazuello e Braga Netto. “2024 já começou e o governador quer saber se o partido estará com o Palácio Guabanara”, disse um auxiliar de Castro à coluna.
Castro entende, contudo, não haver necessidade de deixar o PL desde que Valdemar garanta que as suas decisões serão acompanhadas pelo partido, que tem 28 prefeitos no Rio e um gordo fundo eleitoral. A ideia é montar uma aliança para tentar eleger três dezenas de prefeitos nas cidades acima de 150.000 habitantes, com foco na capital, na Baixada, em Niterói, na região metropolitana e no interior.
Na Baixada, o plano é consolidar a posição atual e expandir. Para isso, o governador promete não interferir nas escolhas dos prefeitos que já comandam as cidades, seja nas decisões para reeleição, seja na definição de sucessores.