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Cartórios registraram em 2020 mais de 1,4 milhão de mortes

É o maior número de óbitos desde o início da série histórica, em 1999.

Por Manoel Schlindwein Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 jan 2021, 06h02
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  • A pandemia do coronavírus, que já causou a morte de mais de 206.000 brasileiros, transformou 2020 no ano mais letal da série histórica de estatísticas dos cartórios de registro civil do país. Desde o início do levantamento, em 1999, nunca morreram tantos brasileiros em um só ano, e nunca houve uma variação anual de óbitos tão grande como a ocorrida na comparação entre 2019 e 2020.

    Os cartórios do país registram o total de 1.443.405 óbitos em 2020, número 8,3% maior do que o registrado no ano anterior (1.331.983), superando a média histórica de variação anual de mortes no Brasil que era, até 2019, de 1,9% ao ano. Os dados são do Portal da Transparência, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

    O receio da população em frequentar hospitais ou realizar tratamentos de rotina, assim como a falta de leitos, fez com que o número de mortes em domicílio disparasse no Brasil quando se comparam os anos de 2019 e de 2020, registrando um aumento de 22,2%.

    “Ainda que tenhamos um crescimento natural ano a ano, em função do aumento da população, a pandemia fez a tendência fugir do padrão, elevando em quatro vezes a taxa de óbitos”, explica Luis Carlos Vendramin Júnior, vice-presidente da Arpen-Brasil.

    A pandemia trouxe também reflexo em outras doenças que registraram aumento na variação entre os anos de 2019 e 2020. Foi o caso das mortes causadas por doenças respiratórias, que cresceram 34,9% na comparação entre os anos, passando de 442.266 para 596.678. Entre as doenças deste tipo, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) disparou, registrando crescimento de 998,4%, seguida pelas de Causas Indeterminadas, que registraram aumento de 33,4%.

    A Arpen lembra que o número de óbitos registrados em 2020 pode aumentar ainda mais, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns Estados brasileiros expandiram o prazo legal para registro de óbito em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.

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