Candidato quilombola é eleito prefeito na cidade em que Bolsonaro cresceu
Situada no Vale do Ribeira, em São Paulo, Eldorado foi uma das quatro cidades que tiveram eleições suplementares neste domingo

O município de Eldorado, situado no Vale do Ribeira, em São Paulo, ficou nacionalmente conhecido por ter sido o lar do ex-presidente Jair Bolsonaro na sua juventude. Em 2017, o então deputado federal foi acusado de racismo ao declarar que visitou uma comunidade quilombola na cidade e que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas (medida usada para pesar gado)”. “Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”, afirmou, na ocasião.
Neste domingo, Eldorado foi um dos quatro municípios que realizaram eleições suplementares, e o eleito foi um candidato quilombola, Professor Noel Castelo (Solidariedade) — que já estava comandando a prefeitura interinamente. Ele recebeu 41,87% dos votos válidos, vencendo Doutor Galindo (PSD), que teve 37,85%, e Dra. Débora (PT), com 20,27%.
A convocação de um pleito suplementar na cidade ocorreu depois de o TSE cassar o registro de Elói Fouquet, eleito prefeito no ano passado. Ele ficou inelegível por causa de condenação por improbidade administrativa, que envolveu danos aos cofres públicos e enriquecimento ilícito de terceiros.
Também no estado de São Paulo, Kiko Rossali (PL) venceu a eleição para a Prefeitura de Neves Paulista, com 79,24% dos votos válidos, contra Betinho Milani (PSD), que teve 20,76%.
O eleito no ano passado era o correligionário do novo prefeito, Reginaldo Paulino da Silva (PL), que estava inelegível por causa de uma condenação por furto qualificado. A sentença foi cumprida em abril de 2020, o que resultou na inelegibilidade por oito anos.
Em Paranhos (MS), o vencedor do pleito foi Hélio Acosta (PSDB), com 69,41% dos votos válidos, contra Doutor Jorge (PT), com 30,59%.
Na cidade sul-mato-grossense, o TSE confirmou o indeferimento do pedido de registro de candidatura de Heliomar Klabunde (MDB), o mais votado para o cargo em 2024, devido à incidência de inelegibilidade decorrente de irregularidades identificadas nas contas da gestão anterior.
Já o município de Ruy Barbosa (BA) teve a disputa mais acirrada deste domingo. A eleita, Eridan de Bonifácia (MDB), teve 51,51% dos votos válidos, contra 48,49% de Doutor George (PSD). A diferença entre os dois foi de apenas 542 votos.
A eleição decorreu de decisão unânime do TRE da Bahia que indeferiu a candidatura a prefeito de José Bonifácio Marques Dourado por irregularidades na prestação de contas, em 2016, e determinou a realização de novo pleito no município.