A seis dias do primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro recebeu há pouco no Palácio do Planalto, fora da agenda oficial, o chefe da Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos que vai monitorar o pleito no Brasil. Ex-chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano falou com jornalistas após o encontro, que era “desconhecido” pela Secom até o momento da publicação desta nota.
Questionado sobre as manifestações do presidente que colocam em dúvida o processo eleitoral no Brasil, Lezcano se limitou a responder que a reunião com Bolsonaro foi “muito cordial” e que a missão da OEA está levantando todos os depoimentos dos diferentes candidatos. Segundo o paraguaio, as informações sobre a apuração em curso serão divulgadas apenas em relatórios oficiais.
Ele contou ainda que teve a oportunidade de falar com o presidente e com parte do seu gabinete, sem especificar quem.
“Nós estamos iniciando a nossa Missão de Observação Eleitoral. Vamos ter a partir de agora uma série de reuniões com os candidatos. Nós convidamos todos os candidatos. E também com os partidos políticos, com as instituições, com o TSE, com as organizações da sociedade brasileira, entre outros”, anunciou o paraguaio.
Ele contou que a maioria da equipe, que é integrada por 55 especialistas e observadores de 17 nacionalidades e estará presente em 15 estados e no Distrito Federal, chegou ao Brasil na sexta-feira passada.
A missão da OEA é integrada por especialistas em tecnologia e organização eleitoral, votação no exterior, justiça eleitoral, financiamento político, campanhas e liberdade de expressão, participação política de mulheres, participação de grupos indígenas e afrodescendentes e violência eleitoral.
Esta é a terceira ocasião em que a organização envia uma equipe para observar eleições brasileiras. Após o pleito, a missão apresentará um relatório preliminar com observações e recomendações para fortalecer o processo eleitoral no país.