O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na manhã desta quarta-feira com representantes da Meta e do WhatsApp no Brasil.
De acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que também participou do encontro, o objetivo da conversa foi obter “esclarecimentos” a respeito do suposto acordo firmado pela plataforma de mensagens com o TSE para adiar a implantação de uma nova ferramenta do aplicativo, que permite a criação de grupos com milhares de pessoas — hoje, o limite é de 256 membros. As “Comunidades” só devem ser disponibilizadas no país após o segundo turno das eleições deste ano.
Segundo Faria, os representantes do WhatsApp e da Meta (que controla o aplicativo) deixaram “muito claro que em nenhum momento atenderam um pedido do TSE para que fossem feitas essas mudanças em relação às comunidades apenas após as eleições”. E alegaram que a decisão do adiamento, para uma data ainda não definida, foi meramente comercial.
“Isso não houve, não ocorreu. Eles tomaram uma decisão global, olhando os concorrentes, olhando o mercado mundial. Esses testes não aconteceram em nenhum país até agora. Provavelmente no segundo semestre ou até no último quadrimestre eles irão implementar esse serviço”, declarou o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
No último dia 15, Bolsonaro havia classificado o acordo entre o WhatsApp e o TSE por causa das eleições como “inaceitável” e disse que ele não seria cumprido. No dia seguinte, ele disse que iria procurar representantes do aplicativo para reverter a situação. “Se eles (do WhatsApp) podem fazer um acordo desses com o TSE, podem fazer comigo também, por que não?”, comentou o presidente na ocasião.
Após a reunião desta quarta-feira, Fábio Faria relatou que os representantes do WhatsApp limitaram a possibilidade do encaminhamento de mensagens, por exemplo, para evitar que o app fique como o e-mail, com muito lixo eletrônico.
“Então nada tem a ver com eleição, absolutamente nada. Eles comunicaram ao TSE e comunicaram ao presidente da República”, comentou o ministro, acrescentando que o governo Bolsonaro é liberal e entende que em nenhum momento pode haver interferência do público no privado.