Adam McKay, diretor do filme “Não Olhe Para a Cima”, disse que, se a sátira em cartaz no Netflix fosse na vida real, Jair Bolsonaro estaria entre os negacionistas que orientariam a população a tomar a atitude que levaria a sua extinção.
O filme lançado no final do ano passado conta a história de um cometa em rota de colisão com a terra. O que se segue é uma batalha de narrativas entre as pessoas que acreditam na catástrofe e tentam evitá-la e os que ou querem lucrar com a desgraça ou negar a gravidade do problema.
Os negacionistas dizem para as pessoas não olharem para cima enquanto os seguidores da ciência pedem para as pessoas olharem para o céu e verem com os próprios olhos o apocalipse à caminho.
A sátira dos tempos modernos faz uma referência quase explícita aos debates em torno da pandemia de Covid-19 e a vacinação contra a doença no mundo. Grupos organizados na sociedade querem levar às pessoas a crerem que a Covid-19 não é tão grave quanto se diz ou que as vacinas não funcionam ou não são confiáveis. O presidente brasileiro está neste segundo grupo, assim como também está a presidente americana interpretada no filme pela atriz Meryl Streep.
Em mensagem no Twitter no domingo, o diretor do longa disse que Bolsonaro seria um dos que diriam para as pessoas olharem para o chão ao invés de encararem o problema com a seriedade que ele merece.
A publicação é uma reação a um artigo do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), de que se a sátira fosse aplicada à realidade atual brasileira, o Partido dos Trabalhadores seria comparável ao cometa.
“Só para deixar claro, Bolsonaro definitivamente diria às pessoas para não olharem para cima. Sem dúvida”, disse McKay.