Bolsonaro fica em silêncio no primeiro evento depois da derrota para Lula
Presidente participou neste sábado de uma cerimônia de formação de militares na Aman, em Resende, no Rio de Janeiro
O presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado de seu primeiro evento oficial desde a derrota para Lula no segundo turno das eleições, no último dia 30. Bolsonaro esteve no fim da manhã na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), para uma cerimônia de formação de aspirantes a oficiais do Exército, mas preferiu ficar em silêncio durante o evento.
O presidente esteve na cerimônia acompanhado de quatro generais do seu entorno: seu vice, Hamilton Mourão, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o chefe do GSI, Augusto Heleno, e secretário-geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
O discurso em homenagem aos formandos coube ao comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, que agradeceu a presença do presidente no evento e celebrou “a sua dignidade, seu culto à família, seu amor ao Brasil e a sua inabalável fé em Deus”.
Bolsonaro submergiu após perder as eleições e só fez um breve pronunciamento no Palácio do Alvorada, no dia 1º de novembro, no qual agradeceu os cerca de 58 milhões de votos recebidos. Depois disso, o presidente não fez mais aparições em eventos abertos ao público. Ele gravou um vídeo no dia seguinte ao pronunciamento pedindo que os manifestantes golpistas liberassem as estradas de bloqueios pelo país.
Com semblante abatido, Bolsonaro acompanhou o evento na Aman, onde ele se formou oficial em 1977. Além do discurso do comandante do Exército, uma oração foi feita por um padre no local.
O silêncio de Bolsonaro nas últimas semanas e a sua participação de uma cerimônia do Exército coincidem com o momento em que vários de seus apoiadores fazem manifestações em frente a quartéis e nas estradas pedindo uma “intervenção” das Forças Armadas.
CaAlém disso, o PL, seu partido, acionou o TSE para contestar a validade de quase 60% das urnas eletrônicas utilizadas no pleito, mas a representação foi rejeitada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, que multou a coligação em 22,9 milhões de reais por litigância de má-fé.