Jair Bolsonaro quebrou o silêncio no penúltimo dia do seu governo. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente condenou a tentativa de um atentado próximo ao aeroporto de Brasília no sábado de Natal.
“Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de um ato terrorista aqui na região do aeroporto de Brasília. Um elemento, que foi pego, graças a Deus, né?”, disse.
O presidente ainda tentou se afastar dos atos golpistas de seus seguidores. “Essa massa, atrás de segurança, foi para os quartéis. Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi. Eu acreditava — e acredito ainda — que fiz a coisa certa de não falar sobre o assunto para não tumultuar mais ainda.”
O principal suspeito de ter arquitetado a detonação de bombas com objetivo de sabotar a posse de Lula foi identificado como George Washington de Oliveira Sousa. Morador do Pará, ele estava acampado em frente ao quartel da capital federal, junto a um grupo que contesta o resultado das eleições e quer providências das Forças Armadas.
No depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, Sousa admitiu que discursos de Jair Bolsonaro o motivaram a comprar armas. As diligências encontraram um robusto arsenal do suspeito, que disse ter gastado quase 170.000 reais em armamento. Ele adquiriu o material bélico graças à flexibilização na compra de armas para colecionadores, atiradores e caçadores, promovida pelo atual governo.