A campanha no segundo turno voltou nesta sexta-feira com Jair Bolsonaro atacando os erros que Lula insiste em continuar cometendo: esconder o que pretende fazer, caso seja eleito no fim do mês.
O petista não divulgou o plano de governo durante o primeiro turno e resiste a dizer com quem pretende governar num futuro mandato. Bolsonaro mira nesse flanco:
“Vai ter José Dirceu na Segov, Gleisi Hoffmann na Casa Civil, Dilma nas Minas e Energia”, disse Bolsonaro nesta sexta.
As urnas do primeiro turno mostraram que o antipetismo ainda define muito voto no país. Ser democrático é argumento que Lula vem sustentando para marcar diferença sobre Bolsonaro. Defender a democracia é uma obrigação, não é plano de governo.
Bolsonaro se deu bem nas urnas porque uma parcela importante da sociedade não acredita que ele tenha força para levar adiante um projeto autoritário e porque concorda com algumas de suas críticas sobre o sistema, ainda que nem todas sejam corretas. Até aliados de Lula, que não se deixam levar pelas paixões políticas, conseguem perceber essa realidade.
O petismo ainda não se preparou para lidar com esse fenômeno. Segue o modelo velho de campanha. A foto dos aliados de Lula com o punho cerrado, nesta semana, em São Paulo, mostra como a velharia ainda domina a estratégia petista — e o tempo está correndo.