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Perto do IPO, sócios declaram guerra a dono da Smart Fit

Documentos levados aos tribunais sugerem, segundo os sócios, a existência de irregularidades no caixa da empresa

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 jun 2021, 12h20 - Publicado em 25 jun 2021, 10h14

As preocupações do empresário Edgar Corona, dono da Smart Fit, vão além da investigação no STF sobre o disparo de fake news nas redes. Às vésperas do IPO na B3, Corona trava uma guerra com seus sócios na rede de academias.

Nesta quinta, os parceiros do bolsonarista pediram à Justiça o bloqueio de parte das ações da empresa para assegurar uma fatia no empreendimento. Eles também querem que a CVM tome providências, já que documentos juntados no processo, segundo os socios, sugerem a existência de irregularidades no caixa da empresa, incluindo balanço inflado.

Sobre esse tema, Corona já reagiu e anunciou um processo contra o sócio Adalberto Cléber Valadão por “litigância de má-fé”.

“Valadão mente ao afirmar que há manipulação nos balanços. Os balanços contábeis da Smart Fit são auditados pela Deloitte e são públicos, jamais tendo sido questionado. Diante da postura do senhor Valadão, que é sócio de uma subsidiária que responde por 3% do número de lojas da Smart Fit, a empresa apresentou manifestação hoje em processo por litigância de má-fé contra ele para reestabelecer a verdade dos fatos e garantir a transparência do processo”, diz a assessoria de Corona.

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O processo movido pelo sócio de Corona está na 2ª Vara Empresarial de São Paulo e envolve a ADV Esporte, braço da Smart Fit em Brasília, que responde por cerca de 8% do faturamento total da rede. Eles juntaram à ação os comunicados que receberam informando que não poderiam participar do IPO.

O problema é que, no contrato de sócios, também anexado à ação, a abertura do capital é o único momento em que eles poderiam realizar algum lucro depois de mais de 10 anos apenas colocando e jamais tirando dinheiro do empreendimento. Por isso, eles pedem que a Justiça bloqueie liminarmente uma quantidade de ações suficiente para, caso ganhem o processo definitivamente, terem resguardada sua parte na empreitada. Se as ações forem vendidas, eles vislumbram uma demanda judicial ainda mais complicada, porque envolveria até mesmo outros compradores dos papéis.

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Na ação, eles ainda solicitam que a Justiça paulista comunique a Comissão de Valores Mobiliários sobre o caso, que não foi listado pela Smart Fit entre seus passivos no comunicado já feito sobre o IPO ao mercado. “Causa estranheza o fato de a Smart Fit não ter destacado a existência do presente processo na sua minuta do prospecto preliminar da oferta de ações”, diz a petição.

No processo, os sócios de Corona em Brasília ainda incluíram a ata da reunião de sócios realizada em abril deste ano. Nela, eles registraram voto em separado, contra a aprovação das contas da ADV, para expor obscuridades que, segundo eles, o sócio majoritário não consegue responder.

Na lista estão fatos como a venda de patrimônio da ADV para a Smart Fit sem aval dos sócios e a quebra do acordo entre eles, com a Smart Fit admitindo outros sócios para algumas unidades de Brasília, sendo que o combinado era parceria exclusiva. O caso promete ter uma longa duração na Justiça.

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