Depois de quase um mês sem comando, o Ministério da Educação volta a ter um titular nesta quinta, quando o pastor Milton Ribeiro toma posse no cargo de ministro.
O novo chefe do MEC resistiu à primeira prova da fritura, que durou uma semana, e escapou, de certa forma, sem muitos arranhões: o vídeo em que aparece pregando o uso pedagógico da violência em crianças dentro da Igreja Presbiteriana onde é pastor passou longe de provocar uma reviravolta na nomeação do segundo chefe para o MEC desde a saída de Abraham Weintraub.
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Clique e AssineNa hora em que se sentar na cadeira de ministro, o verdadeiro desafio de Ribeiro estará em recolher todos os cacos deixados pelo ano e meio em que o MEC esteve à frente não do debate sobre políticas públicas educacionais de excelência, mas de polêmicas geradas a partir de uma tentativa de captura da educação como ferramenta ideológica.
Será o momento de tentar refazer as pontes rompidas com as bancadas no Congresso e com a comunidade acadêmica de modo a retomar o debate propositivo, há tempos perdido na área. Dentro da pasta, segundo apurou o Radar, a expectativa é muito grande. Os relatos são de que há um apagão de gestão dentro do gigante que é o Ministério.
Já na próxima semana, o novo chefe do MEC terá que mostrar jogo de cintura e diálogo com o senadores e deputados federais. A votação da PEC 15/2015, que trata do Novo Fundeb, deve ocorrer na próxima segunda-feira e bota em pauta o complexo arranjo do financiamento da educação brasileira.
Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Educação, a aprovação é urgente diante das previsões que apontam a retração de 8%, no ano, da carga tributária estadual vinculada à educação, o que representa uma redução de 8,9 bilhões de rais no montante vinculado a despesas educacionais, podendo chegar a uma perda de até 27, 7 bilhões de reais.