Um dos homens de confiança de Geraldo Alckmin e João Doria até outro dia, o economista Roberto Giannetti prestou depoimento à uma comissão do Ministério da Fazenda formada para apurar indícios de que a siderúrgica Paranapanema comprou uma portaria de governo federal em 2014.
Ele é suspeito de ter sido contratado pela Paranapanema para negociar o pagamento de propina na Receita e no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Mdic, em troca da edição de uma norma que, na prática, ajudou a livrar a empresa de uma multa milionária no Carf.
O economista ligado aos tucanos se afastou de Doria e Alckmin depois de a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão em sua casa, no final de julho, durante a 10ª etapa da Operação Zelotes, que investiga maracutaias no Carf.
Em depoimento prestado na Fazenda, 20 dias atrás, Giannetti negou que tenha posto a mão onde não deveria, como era de se esperar.
Ex-integrante do Conselho de Comércio Exterior da Camex, ele admitiu, porém, que teve três reuniões com Daniel Gudino, então secretário de Comércio Exterior do Mdic.
De acordo com Giannetti, um dos encontros ocorreu sem testemunhas e outros dois contaram com a presença do advogado Vladimir Spindola, parceiro do economista no caso Paranapanema e velho personagem da Operação Zelotes.