A CPI da Alesp para apurar o serviço da concessionária Enel, que distribui energia para 24 municípios paulistas, deve terminar nesta quarta-feira, e pedir pelo indiciamento de, ao menos, dois representantes da empresa: o presidente da companhia em São Paulo, Max Xavier Lins e o ex-diretor nacional Nicola Cotugno.
A expectativa da cúpula da CPI, até a noite de terça-feira era por um relatório brando, mas após conversas nas últimas horas, a relatora Carla Morando (PSDB) decidiu por apontar a responsabilidade de representantes da Enel. Há ainda a possibilidade de Vincenzo Ruotolo, que prestou depoimento aos deputados, também seja indiciado.
A principal divergência, agora, é se o relatório irá apontar culpa à Arsesp, agência reguladora que monitora os serviços públicos e concessões em São Paulo.
ATUALIZAÇÃO — 15H27: Anteriormente, a nota informou que Antônio Scala teria prestado depoimento à CPI. Em contato com o Radar, a Enel diz que ele não foi à Alesp e, apesar de indicado, ainda não é oficialmente o Country Manager da empresa no Brasil.
Aberta em maio, em especial por problemas recorrentes de instabilidade na distribuição de energia no ABC Paulista, a CPI da Enel na Alesp ganhou força em novembro após um apagão, que iniciou em 3 de novembro e, em alguns pontos, inclusive da capital, a eletricidade demorou cerca de uma semana para ser restabelecida.
Após o apagão, mais diretores da empresa foram convocados e a comissão ganhou atenção midiática. Os corredores da Assembleia se tornaram palco para indignação de prefeitos que sofrem com a falta de energia em seus municípios. Durante a oitiva de Max Xavier Lins, presidente da Enel em São Paulo, a luz da própria Alesp passou por instabilidades — a concessionária disse que não tinha nada a ver com o serviço.