A Justiça do DF determinou há pouco que o partido Patriota restabeleça o acesso de seu diretório estadual no Rio de Janeiro ao sistema do TSE.
A decisão é desfavorável a ala bolsonarista do partido que tenta a todo custo dar abrigo ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022.
Adilson Barroso era até semana passada o presidente nacional do Patriota, mas foi afastado por uma comissão do partido justamente por negociar a filiação de Bolsonaro sem formar maioria internamente. Ele é a expressão máxima dessa ala que desencadeou um racha sem precedentes na legenda. No final de maio, Flavio Bolsonaro passou a integrar os quadros do partido com o intuito de preparar o terreno para a chegada do pai, mas o senador não contava que Barroso seria afastado do comando da legenda cerca de um mês depois.
Enquanto era presidente, Barroso cassou o acesso do diretório estadual do Rio ao chamado Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias do TSE, que é basicamente onde partidos fornecem suas principais informações junto à Justiça Eleitoral. A direção estadual foi uma das que não embarcou 100% no projeto bolsonarista e por isso foi alvo de fogo amigo do diretório nacional.
A juíza Tatiana Dias da Silva Medina, da 18ª Vara Cível de Brasília, determinou há pouco que o diretório nacional refizesse o acesso da direção estadual ao sistema, sob pena de multa diária de até 50.000 reais.
O diretório do Rio justificou a ação na Justiça do DF alegando que tentou restabelecer seu aceso tanto por meio das instâncias partidárias quanto pela Justiça Eleitoral, sem sucesso. Em mensagem a interlocutores, a direção do Patriota no Rio comemorou a decisão e disse que a Justiça reverteu ato “covarde, irresponsável, ilegal e sorrateiro” de Barroso.