Convocada para depor nesta terça-feira na CPI da Pandemia, a advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos que trabalham ou trabalharam na Prevent Senior, vai ao Senado munida de novos documentos para rebater o diretor-executivo do plano de saúde — na quarta passada, Pedro Benedito Batista Júnior negou as denúncias aos senadores.
A operadora é acusada de ter feito um estudo clínico sobre a eficácia dos medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada sem a anuência de pacientes. A empresa também teria omitido mortes por Covid-19 dos prontuários para passar uma impressão de que o tratamento era bem sucedido para combater a doença.
“Eu ouvi relatos de médicos a respeito de questões e fatos que ocorreram durante a pandemia. São esses relatos que eu vou exteriorizar. Todos eles foram fundamentados em provas e documentos que serão levados à CPI. Na verdade, a maioria deles já inclusive está em posse da CPI”, disse a advogada ao Radar, nesta segunda.
Bruna então completou com a promessa de apresentar “novos documentos” em resposta ao diretor da Prevent Senior:
“Óbvio que depois do depoimento do dr. Pedro Batista algumas dúvidas surgiram, então obviamente eu levo novos documentos que corroboram com a denúncia e provam a veracidade das alegações”.
A depoente desta terça disse ainda que a história dos seus clientes é verdadeira e espera que as denúncias sejam devidamente apuradas e investigadas pelas autoridades. E que não tem nenhuma questão pessoal contra a operadora.
Até a noite desta segunda, Bruna ainda não sabia se seria acompanhada na CPI por algum dos médicos, que já tiveram suas identidades verificadas pelos senadores. Ela reclama que a Prevent Senior “infelizmente tem perseguido alguns dos meus clientes na tentativa de descobrir, identificar quem são essas 12 pessoas”.
“Todos eles estão sendo ameaçados e hostilizados, e ainda não sabemos se algum se propõe a depor, se é interessante. É uma dúvida que todos nós temos, inclusive os próprios médicos. A gente feito inúmeras reuniões para tratar a respeito disso, para falar a respeito disso, porque a cada dia que passa eles mudam de denúncia, de ponto. A Prevent Senior vem atacando os clientes, ora dizendo que eles falsificaram provas, ora dizendo que eles não têm ética. Então por conta disso, por conta dessa política de coerção, eu não sei te responder se eu vou estar ou não acompanhada. Vai depender da postura da própria instituição até amanhã”, declarou a advogada. A ver.