Abordado na Espanha, militar da cocaína mentiu sobre conteúdo da mala
Saiba o que disse o integrante da comitiva de Bolsonaro
Pelo menos três tripulantes militares do avião da FAB que levou cocaína para a Espanha relataram no IPM que o sargento Manoel Rodrigues contou se tratar de “doce e queijo”, e até carne, na sua mala. E sustentou essa versão mesmo abordado pelo policial espanhol do raio x, que logo descobriu o real conteúdo.
O terceiro sargento Estevam Moraes Rabelo deu detalhes. Ele estava três posições atrás de Manoel na fila do raio x, que estava no seu “visual” o tempo todo. Estevam viu tudo o que ocorreu.
“O semblante do investigado (Manoel) era calmo e sereno; que foi perguntado ao investigado o que estava em sua mala: que ele respondeu que era carne e queijo: que o policial disse para o investigado “você sabe que é proibido”; que o investigado disse, então, que era queijo e doce: que a testemunha (Estevam) lembra-se perfeitamente de todas essas palavras: que o policial disse que abriria a mala: que o investigado manteve o olhar no horizonte, sem esboçar reação”. Antes de o policial abrir a mala, Estevam ainda brincou com ele:
“Uai, Silva Rodrigues, tá pegando queijo do avião?”.
Ao abrir a mala, foi encontrada a cocaína.
“A testemunha (Estevam) viu perfeitamente todos os tabletes: que o policial sacou um canivete e furou o tablete: que apareceu um pó branco: que a testemunha passou a ser o primeiro sem passar no raio X: que o policial tirou a algema e avisou que o investigado estava sendo preso: que o investigado manteve o olhar no horizonte, colocou as mãos para trás e não esboçou reação”.
A terceira sargento Thais Lima dos Santos, no embarque no Brasil, perguntou a Manoel porque não tinha pesado sua bagagem. Ela lembrou que, um mês antes, Manoel pediu a Thais se poderia trocar a escala de voo com ele para Sevilha, caso ele não fosse escalado. Alguns depoimentos relatam que Manoel disse ter uma prima na cidade espanhola e que as iguarias seriam para ela.
O IPM concluiu: “as testemunhas deixam claro que o investigado conduziu a bagagem, não hesitou em reconhecer a titularidade como sendo sua e ainda inventou desculpa descabida, dizendo que levava consigo “queijo e doce”.
O advogado Carlos Alexandre Klomfhas, que atua na defesa de Manoel Silva Rodrigues, afirma que seu cliente nunca disse que havia queijo, doce ou carne e que testemunhas que dão essa versão. Klomfhas sustenta que Manoel precisa ser ouvido e tem certeza que ele não sabia da presença de cocaína na mala.
“Se não tem consciência do que tinha ali, não tem crime” – disse o advogado ao Radar.
A conclusão da investigação foi revelada pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo. O Radar obteve a íntegra da investigação.
Brasil está próximo de ter ministro de tribunal superior preso, diz senador
Cruz Azul x Flamengo: onde assistir, horário e escalações
Moradores do Retiro dos Artistas comovem com pedidos de Natal
Presidente da CCJ diz que pretende ‘enterrar’ projeto que reduz pena de Bolsonaro
Qual eleitor mais se arrepende de ter votado em Lula, segundo o Datafolha







