A decisão do ministro Alexandre de Moraes cita provas colhidas pela Polícia Federal que mostram que a Abin paralela bolsonarista espionou ilegalmente a promotora de Justiça do Rio e coordenadora da força-tarefa que investigava os assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes.
“Em outra oportunidade, novamente, ficou patente a instrumentalização da Abin, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e do motorista que lhe acompanhava, Anderson Gomes”, diz a decisão de Moraes.
“A estrutura paralela infiltrada na Abin sob a gestão do delegado Alexandre Ramagem estava a serviço, em verdade, do extrato político nacional. Os serviços realizados ainda não identificados em sua totalidade corroboram as premissas investigativas estabelecidas no presente Inquérito Policial Federal. A CGU identificou no servidor de impressão resumo do currículo da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e do motorista que lhe acompanhava, Anderson Gomes. O documento tem a mesma ausência de identidade visual nos moldes dos Relatórios apócrifos da estrutura paralela”, registra a investigação.
“Esses eventos dão a conhecer a existência do que a representação denomina de uma Abin paralela, utilizada para colher dados sensíveis sobre autoridades e agentes políticos relevantes. Além desses casos, é dado supor que outros mais possam ser desvelados mediante pesquisas em lugares e sobre instrumentos utilizados pelos componentes do grupo sob investigação”, diz a investigação.