A queda de braço de governadores bolsonaristas com Lula por privatizações
Governadores de Minas e SP reagem a manifestação de ministro contrária a desestatização da Ceagesp e do Cesa
Aliados de Jair Bolsonaro, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas, Romeu Zema, têm mais em comum. Ambos gostariam que as companhias públicas de abastecimento, instalações federais que funcionam nos Estados, fossem privatizadas. O governo Lula, porém, dá sinais de que não tem o mesmo entendimento.
O plano do governo de São Paulo é transformar os galpões da Ceagesp em um polo de inovação e tecnologia pela proximidade geográfica à USP. Os armazéns de frutas e verduras seriam realocados para o entorno do RodoAnel.
“Nós vamos demonstrar as vantagens do processo de privatização. As vantagens, inclusive, com a entrada de recursos, para o efeito de você ter uma série de melhorias e obras sem sangrar o caixa. Esse é o nosso critério e aí são duas escolas. Mas não é confronto, é conversa”, disse ao Radar o secretário de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos.
Já a CeasaMinas, de concessão onerosa de uso do Mercado Livre do Produtor, foi incluída em 2019 no Plano Nacional de Desestatização, mas com a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e mudanças na política de alimentos, a privatização é repensada. Ao Radar, o governo estadual afirmou que a estrutura física não recebe melhorias há 20 anos.
“O Governo de Minas respeita a decisão do Governo Federal em adiar o cronograma, mas aguarda a retomada do processo o mais breve possível, por considerar a privatização da CeasaMinas e a concessão de uso do MLP relevantes para o atendimento aos produtores e para o abastecimento alimentar no estado”, disse o governo mineiro, em nota.