Políticos do Rio de Janeiro ouvidos pelo Radar esperam que o futuro governo de Lula cumpra uma promessa feita por Tarcísio de Freitas na época em que ele era ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro, de licitar em um mesmo contrato os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, na capital fluminense.
Em abril deste ano, o ministério divulgou que os dois equipamentos seriam concedidos a um mesmo ente privado. A ideia seria mitigar possíveis problemas de gestão previstos em caso de uma operação separada dos dois terminais.
O plano inicial seria licitar somente o Santos Dumont, o aeroporto doméstico que fica no centro da capital. O edital previa a expansão da pista do aeroporto e a possibilidade de o terminal receber voos internacionais, o que não ocorre atualmente.
A classe política do Rio reagiu à proposta alegando que a expansão do Santos Dumont seria predatória para o aeroporto internacional do Galeão, que poderia ficar insolvente pela falta de voos. Conceder os dois aeroportos em um mesmo contrato permitiria a gestão de voos sem que um aeroporto capturasse o movimento do outro.
Participantes do debate sobre a transição para o governo Lula contaram ao Radar que, caso o governo federal licite os aeroportos ainda este ano, esperam que a promessa de Tarcísio seja cumprida. Caso o leilão só ocorra em 2023, a expectativa é a de que o novo governo mantenha a ideia desenhada pela gestão bolsonarista.
Nesta quarta, aliás, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, se queixou no Twitter do tamanho de uma fila dentro do Santos Dumont, enquanto o Galeão está vazio. “Tenho certeza que esse absurdo vai ser resolvido em breve!”, disse Paes, que é aliado de Lula.
https://twitter.com/eduardopaes/status/1592926552659935232