A pouco mais de três meses das eleições, Defesa quer novo teste de urnas
Forças Armadas dizem 'ser viável e fundamental realizar o teste de integridade das urnas nas mesmas condições da votação'

Jair Bolsonaro e sua rede de fake news criaram um universo de suspeição em torno da segurança das urnas eletrônicas. O bolsonarismo nunca conseguiu provar a vulnerabilidade do sistema, mas ganhou a adesão das Forçar Armadas na formulação de teorias nessa área.
Seguindo um roteiro público e já realizado em diferentes eleições, o TSE passou meses fazendo testes nas urnas eletrônicas. O longo procedimento foi concluído no mês passado. Agora, a pouco mais de três meses da eleição, o Ministério da Defesa enviou carta ao tribunal defendendo que uma nova leva de testes de urnas seja realizada “para o aprimoramento do processo eleitoral”.
“As Forças Armadas consideram que ainda há propostas tidas como essenciais para o aprimoramento do processo eleitoral em curso, cabendo destacar ser viável e fundamental realizar o teste de integridade das urnas nas mesmas condições da votação, inclusive com a utilização da biometria do próprio eleitor da urna em teste; implementar, ainda para o pleito de 2022, o TPS das urnas UE2020; e tornar efetivas a fiscalização e a auditoria pelas entidades fiscalizadoras em todas as fases do processo, sobretudo pela necessidade do desenvolvimento de programas próprios de verificação”, diz o documento da Defesa.
Ainda que essa venha a não ser a intenção dos militares, o documento dá novo fôlego ao discurso de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. O presidente volta a ter “um documento das minhas Forças Armadas” que questiona o TSE para propagandear nas redes aos seus seguidores.
O TSE recebeu o documento no fim da tarde e vai analisar o que é possível ser feito com as novas argumentações dos militares.