Em tempos de estrepolias de Antonio Palocci, nada como olhar como anda o processo do mensalão: a defesa de Marcos Valério está irritando os ministros do Supremo Tribunal Federal. Em 2008, Valério pediu o desmembramento do processo do mensalão mineiro. E só a parte do processo relativa a Eduardo Azeredo ficou no Supremo Tribunal Federal.
Em janeiro de 2011, com a posse de Clésio Andrade no Senado, Marcos Valério adotou estratégia inversa. Alegou à 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte que o caso deveria voltar ao Supremo, que por sua vez poderia desmembrar novamente o processo e enviá-lo de volta à primeira instância. Como não obteve sucesso, Valério protocolou um habeas corpus na Justiça de Minas Gerais. Foi atendido em abril, e no mês seguinte a íntegra dos autos chegou ao STF.
Disse Joaquim Barbosa em sua nova decisão de devolver à primeira instância as partes do caso que não envolvem os dois parlamentares:
– A manobra ora exposta retrata, à perfeição, a maneira sub-reptícia, matreira, como se constroi a impunidade no nosso país, isto é, mediante manobras que visam a um único objetivo: ganhar tempo para alcançar a prescrição.