Dois dos quatro deputados federais mais votados em São Paulo nas últimas eleições, Ricardo Salles (PL) e Guilherme Boulos (PSOL) discordam em quase tudo. No entanto, nesta semana, o pré-candidato de Lula para as eleições municipais de São Paulo mostrou uma sinergia com o ex-ministro de Jair Bolsonaro.
Em uma conversa com a Associação Pró-Centro nesta segunda-feira, Boulos citou a “teoria das janelas quebradas”, em um “choque de zeladora” que apresentou junto com a promessa de reforço da Guarda Civil Metropolitana em 5.000 agentes.
Quando Salles tentou, no ano passado, viabilizar sua candidatura à Prefeitura paulistana dizia que a sua grande referência era Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York nos anos 1990, que instituiu a “teoria das janelas quebradas” na cidade americana.
O conceito de 1982 foi desenvolvido pelo político James Wilson e pelo psicólogo criminalista George Kelling. Eles acreditam que ao combater pequenos delitos, diminui-se a incidência de grandes crimes, como homicídios. A teoria faz uma analogia do combate à criminalidade e um prédio com janelas quebradas.
“Considere um edifício com algumas janelas quebradas. Se as janelas não são reparadas, a tendência é que os vândalos quebrem algumas janelas a mais. Eventualmente, eles podem até invadir o edifício. Se estiver desocupado, talvez se tornem posseiros dele”.
A teoria das janelas quebradas e a gestão de Giuliani ainda foram citadas pelo também deputado federal Kim Kataguiri, que quer se candidatar à Prefeitura pelo União Brasil, em um evento com lideranças nacionais do seu partido.