Convidado pelo Apóstolo Estevam Hernandez a participar da 32ª edição da Marcha para Jesus, que reuniu milhares de evangélicos em São Paulo nesta quinta-feira, o presidente Lula enviou uma carta ao religioso para ser lida no evento.
Na mensagem, ele diz que “infelizmente” não conseguiu estar presente e pediu ao ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que é evangélico, que representasse ele e o governo.
Lula também diz que, como cristão, se orgulha de ter sancionado a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, no seu segundo mandato. E cita um versículo bíblico para dizer que “esse ensinamento é o que norteia o trabalho do nosso governo, que tem um foco muito preciso: união e reconstrução”.
Durante o evento, o idealizador da Marcha, Estevam Hernandez, disse ao jornal Folha de S.Paulo que, neste momento, “há um clima que pode ser hostil a ele [Lula], o que obviamente seria um constrangimento extremamente desnecessário, e acredito que se resguardar nesse sentido é importante”.
Leia a seguir a íntegra da carta:
Ao Ilustríssimo Senhor Apóstolo Estevam Hernandez,
Receba minhas cordiais saudações.
É sempre uma honra e uma alegria receber o seu convite para participar da Marcha para Jesus. Quero expressar meu respeito e meu reconhecimento pela realização de mais uma edição deste evento, que reúne milhares de fiéis em um momento de fé, unidade e oração.
Como cristão, sinto-me regozijado de ver a dimensão extraordinária que este evento tomou e o papel significativo que ele desempenha na vida de muitos brasileiros, promovendo valores de paz, fé, amor ao próximo e solidariedade.
Ver esse resultado só aumenta o orgulho que sinto de ter sancionado a Lei que criou este Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, ainda no meu segundo mandato como Presidente da República.
Uma das características mais formidáveis da Marcha é a capacidade de reunir fiéis de diferentes igrejas cristãs do Brasil e do mundo, sendo um evento aberto e de inclusão, que permite a participação de toda a população. Isso é uma demonstração inequívoca da prática daquilo que nos ensinou Jesus: ‘a comunhão’, que promove e fortalece os vínculos entre as pessoas. Conforme nos mandou Jesus: “amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos” (Jo 13,25-26).
Esse ensinamento é o que norteia o trabalho do nosso governo, que tem um foco muito preciso: união e reconstrução.
Temos o compromisso profundo, com todos os brasileiros, de construir um país mais justo e inclusivo. As ações do meu governo são desenvolvidas a partir dessa premissa e buscam promover uma vida digna à família brasileira.
E a Igreja desempenha um papel vital nesse compromisso, que se reflete na sua ação social e no suporte espiritual de seus fiéis. Por isso, acredito que, juntos, podemos fazer muito mais pelo bem-estar, a paz e a harmonia de nosso povo.
Tenho certeza de que a Marcha para Jesus de 2024 será, como nos anos anteriores, um evento abençoado, que renovará a esperança e a fé de todos os participantes.
Como, infelizmente, não consegui estar presente, pedi ao ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que representasse a mim e ao governo.
Ele está honrado, como também estou.
Que Deus abençoe a todos.
Atenciosamente,
Luiz Inácio Lula da Silva
presidente da República Federativa do Brasil