O chanceler Mauro Vieira se envolveu diretamente nos contatos com o governo do Uruguai para garantir a segurança dos torcedores do Botafogo que foram a Montevidéu para o jogo contra o Peñarol na Libertadores na última quarta-feira. Detalhe: o chefe do Itamaraty é botafoguense.
Torcedores e dirigentes do time uruguaio criaram um ambiente de hostilidade em relação aos brasileiros depois da reação da PM a atos de violência na orla carioca na semana passada, com motos e um ônibus incendiados e quiosques de praia atacados. Ainda há torcedores do Peñarol presos preventivamente no Rio.
O vice-presidente executivo da SAF do Botafogo, Jonas Marmello, criticou os “discursos inflamados” da diretoria do Peñarol e a proibição inicial do Ministério do Interior do Uruguai à presença de torcedores do Botafogo no estádio Campeón del Siglo.
“O clima antes da partida era bélico. Felizmente, graças à diplomacia brasileira, com destaque para a atuação do ministro Mauro Vieira, que se dedicou ao tema, vimos uma operação uruguaia exemplar. O local da partida foi alterado para o Estádio Centenário, um forte esquema policial foi montado e tanto a delegação do Botafogo quanto seus torcedores puderam atender à partida e retornar em segurança ao Brasil”, afirmou.
Mesmo com o aparato de segurança articulado com ajuda do Itamaraty, ônibus com a equipe e torcedores do clube alvinegro foram apedrejados por torcedores uruguaios no trajeto para o estádio.
Marmello também elogiou a “atuação exemplar” do ministro do Esporte, André Fufuca, “que acompanhou a situação em tempo real e agiu junto ao Ministério das Relações Exteriores para garantir o respeito ao desporto nacional”, e do secretário Nacional de Futebol e Direitos do Torcedor, o ex-jogador Athirson Mazzoli.