A árdua missão de Lewandowski no Congresso para evitar derrota de Lula
O ministro da Justiça e Segurança Pública tem gastado saliva com deputados e senadores para manter veto do presidente ao PL das "saidinhas" de presos
Há dois meses e meio no cargo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se lançou pela primeira vez no front político para tentar evitar a derrubada do veto parcial de Lula ao PL das “saidinhas temporárias” de presos, que foi defendido por ele dentro do governo.
Durante o anúncio da decisão, no mês passado, ele destacou que o único trecho vetado foi o que proibiu a saída dos detentos em regime semiaberto para visitar as famílias, “por razões de inconstitucionalidade”.
No corpo a corpo com líderes partidários da Câmara e do Senado, o ministro prevê um cenário turbulento, com rebeliões e mais violência, caso o Congresso não mantenha o veto presidencial. Ele também ressalta o propósito humanitário do benefício para detentos, que precisam ter bom comportamento para serem contemplados. A sessão conjunta para analisar a decisão está prevista para o fim do mês.
Em conversas reservadas, o ex-ministro do STF já sente o cheiro de uma possível derrota, mas diz ver o copo meio cheio: “Podemos não ter uma vitória política, mas a vitória moral a gente já tem”.
Lewandowski, aliás, tem ganhado pontos com parcelas da esquerda por seus posicionamentos mais progressistas no MJSP. Além de bancar o veto, no mês passado ele defendeu a homologação de seis terras indígenas — das quais Lula assinou só duas.