A Thomson Reuters, empresa canadense de mídia e tecnologia, está testando sua solução de inteligência artificial (IA) para o ramo jurídico brasileiro em escritórios de advocacia. Por ora, apenas empresas selecionadas têm acesso, mas a ideia é disponibilizar a tecnologia ao público até o início de 2025. A ferramenta, apelidada de CoCounsel, já é realidade no mercado americano, estando em fase de adaptação para a América Latina conforme a legislação de cada país. “Nesse processo, nós estamos fazendo um acompanhamento e aconselhando alguns escritórios no Brasil”, diz Rodrigo Hermida, vice-presidente do departamento jurídico da Thomson Reuters para a América Latina. A IA é alimentada com a legislação brasileira e os dados dos escritórios que a utilizam, preservando a confidencialidade dessas informações. “Ela pode revisar documentos de ponta a ponta, buscar cláusulas que podem estar faltando, fazer resumos, preparar um email para enviar ao seu cliente contando as novidades de um caso”, diz Hermida ao elencar algumas das aplicações possíveis. O executivo acredita que o potencial da inteligência artificial no campo jurídico, otimizando processos hoje morosos e mecânicos, será profundo nos próximos anos, de modo a, inclusive, influir nos investimentos de empresas em geral. “Historicamente, o departamento jurídico das empresas não costuma ser um dos que mais recebe investimentos alocados pelos diretores financeiros”, diz. Com a oportunidade da IA, esses departamentos se tornariam canalizadores de inovação e, por consequência, mais recursos.