A procuradoria junto ao Tribunal de Contas de União (TCU) está pedindo que o tribunal adote medidas para verificar eventuais atrasos no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 em função das falas do presidente Jair Bolsonaro contra a China. O sub-procurador geral, Lucas Rocha Furtado, pede que o Tribunal adote medidas para que o Ministério da Saúde e o Ministério das Relações Exteriores expliquem em 48 horas sobre as medidas concretas que tomaram para minimizar os impactos negativos do que o procurador chama de “agressões do Presidente da República àquele país”. Bolsonaro perguntou recentemente se não estaríamos vivendo uma guerra química, bacteriológica e radiológica. ” Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês”, disse Bolsonaro dando a entender que se referia à China, que foi onde surgiu o vírus e foi o país que viu seu PIB crescer mesmo com a pandemia. Depois o presidente se defendeu dizendo que não citou a palavra China.
Caso o TCU não obtenha respostas dos ministérios, o procurador sugere que seja criada uma força tarefa junto com o Congresso e o Judiciário para que atue junto ao governo chinês para acelerar entrega o IFA, a matéria-prima para produção das vacinas.
Nesta quarta-feira, 12, o governador de São Paulo, Joao Doria, informou que a partir de sábado o Instituto Butantan vai suspender a produção da vacina CoronaVac por falta de insumos que viriam da China. O governador disse que a demora da entrega dos insumos está acontecendo por conta das falas de Bolsonaro, dos filhos e do ministro Paulo Guedes contra a China.