De barba, figurino descontraído, uma caneta Bic sobre a mesa, Roberto Setubal discorre sobre como o Itaú atualmente tem uma desvantagem competitiva em relação às fintechs que possuem exigências mais brandas do regulador e acredita que no futuro isso tende a mudar. Mas, na sequência, confessa: “Antes disso, a gente pelo menos tem que chegar no mesmo nível do tratamento do cliente”. Setubal estava se referindo ao tratamento ágil, com qualidade de velocidade das fintechs, que estão ganhando o mercado dos grandes bancos.
A conversa que Setubal tem por quase meia hora com Pedro Moreira Salles, seu sócio desde que aconteceu a fusão Itaú Unibanco, está registrada no YouTube em um inédito Itaú Day aberto ao público em geral e transmitido na rede. A conversa dos dois executivos dá o claro tom de que o banco está buscando se transformar, inclusive culturalmente, para enfrentar essa concorrência. Estar no YouTube é talvez o sinal mais claro desta tentativa, apesar de o banco dizer que o formato se deve ao momento pandemia.
Salles lembra que num primeiro momento o banco teve que se preparar para enfrentar essa concorrência que chegou levando clientes, market share, margem e talentos, mas que agora está pronto para começar a crescer novamente. Um desses preparativos está na própria tecnologia. Há dois anos o Itaú começou a mover seus dados para a nuvem. No fim do próximo ano, Setubal diz que 50% desses dados, principalmente de clientes e negócios, estarão na nuvem e é quando o banco poderá de fato a começar a usar seus dados para entrar na concorreria para valer.