Companhias que buscavam consultorias de turnaround (recuperação financeira, em inglês) no ano pré-pandêmico de 2019 levavam em média nove meses para “dar a volta por cima”, ou seja, recuperar margens, reduzir endividamento e retomar investimentos. Passados dois anos e meio repletos de adversidades econômicas, esse tempo agora é de um ano e oito meses, mais que o dobro. O dado foi levantado pela Corporate Consulting, consultoria em recuperação financeira.
De acordo com Luis Alberto Paiva, sócio da consultoria, o tempo despendido para recuperar uma empresa é crucial para que o processo seja bem-sucedido. Dessa maneira, a maior demora agrava o cenário atual, que já considera desafiador. “Atualmente, o tratamento dos negócios é mais cauteloso, com o aumento do risco de prolongamento de endividamento, escassez de crédito e inadimplência, além da alta em custos de produção”, relata Paiva.
O executivo ressalta que o serviço tem de se adaptar como consequência do momento incerto. “O turnaround passa a ser conduzido de maneira mais intensiva e integrada. Agora, o estabelecimento de estratégias e reduções de custo são feitos conjuntamente com dinâmicas de reforço no caixa. O apoio de instituições financeiras ao programa passou a ser determinante, com as tratativas negociais com credores mais seletivas”, diz.
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