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Os bastidores de compra de R$ 750 milhões da Tecpar – que quase caiu

Holding já garantiu quase 60% de telecom e deve desembolsar valor milionário pelo restante

Por Felipe Erlich 28 ago 2024, 13h12
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  • A aquisição da GGNET Telecom pela Brasil Tecpar, uma das dez maiores provedoras de internet fixa do Brasil, movimentou 750 milhões de reais após cerca de 40 dias de negociação, tempo em que o negócio quase foi por água abaixo. Alguns concorrentes tentaram desbancar a Tecpar e derrubar o negócio, segundo pessoas envolvidas na negociação. Em um caso específico, o acordo quase caiu. A Unifique, telecom regional de capital aberto, disse que cobriria a proposta da Tecpar. A primeira não chegou a fazer uma proposta concreta e, por isso, a segunda saiu vitoriosa, mas forçou a melhoria das condições da compra pela Tecpar.

    “A predisposição da Tecpar em fazer negócio foi um diferencial. Acredito que foi um tempo recorde para uma operação como essa”, diz Rafael Sanchez, sócio do escritório Ferriani, Jamal, Fornazari, Sartori e Sanchez, atuante na aquisição. “Tinha um buraco (no serviço da Tecpar) ali em Santa Catarina, Paraná, que é onde é a maior operação da GGNET”, diz Gustavo Barros, sócio fundador da IT Investimentos, que assessorou a telecom durante o negócio. Além da Tecpar, a lista de empresas que foram cotadas para comprar a GGNET inclue nomes como Embratel, Vivo, Alloha, Americanet e Alares, mas as duas gigantes que encabeçam a seleção não chegaram a fazer propostas.

    Pouco mais de 57% da GGNET foi vendida à holding por 375,7 milhões de reais, com quase dois terços do valor pago à vista e o restante em ações da Tecpar, como anunciado na última semana. Outros 275 milhões de reais, contudo, devem ser pagos ao longo dos próximos quatro anos pelo restante da GGNET — uma prerrogativa estabelecida no acordo e reforçada por quem arquitetou a compra. Os 100 milhões de reais restantes se referem à dívida da telecom que será assumida.

    O acordo ainda prevê um adicional de 90 milhões de reais para os sócios da GGNET caso a operação bata metas estabelecidas para os próximos anos. Ainda falta, no entanto, a aquisição ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que deve ocorrer sem qualquer dificuldade, segundo os envolvidos no negócio.

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