A Oi revelou ao mercado que equacionou sua dívida não tributável referente à Telemar Norte Leste e à Oi Móvel com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e que conseguiu diminuir os débitos de 20 bilhões de reais para pouco mais de 9 bilhões, a serem pagos em prazo maior, de 126 parcelas, até o ano de 2033. Levando em conta a quantia que já foi paga pela empresa, essa dívida hoje é de 7,34 bilhões de reais, mas esse desconto de 55% parece ter sido insuficiente na visão do mercado. Os analistas do BTG Pactual acreditam que havia espaço para mais desconto e mais prazo para o pagamento dos débitos. “O acordo original que a Oi fechou com a Anatel em 2020 previa um desconto de 50% na dívida e 84 meses para pagar. Pela legislação revisada, na qual baseamos nossas estimativas, o desconto da dívida poderia chegar a 70%, com a Oi tendo até 120 meses para pagar”, disseram em relatório. “Assim, o acordo acabou sendo pior do que esperávamos”, concluem.
Na visão dos analistas do Credit Suisse, um desconto de até 70% do valor total da dívida também era factível. “O desconto total foi de 55%, o que acreditamos ter decepcionado o mercado, pois havia a expectativa de que o desconto de 70% pudesse ser aplicado. A empresa afirmou que aceitou tal aumento para encerrar as negociações mais rapidamente, pois assim que sair de recuperação judicial, tais reduções de dívida não estarão mais disponíveis”, disseram. No acumulado do ano, as ações ordinárias da Oi caem 12%.
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