Uma semana depois de a Eletrobras reportar resultados trimestrais que empolgaram o mercado, a companhia se enxerga no olho de um furacão e com uma série de incertezas à frente. A distribuidora de energia teve lucro de 1,6 bilhão de reais e alguns analistas apontaram que a privatização havia começado a dar resultado. O problema é que na última segunda-feira, 14, o então CEO da empresa, Wilson Ferreira Júnior, renunciou inesperadamente ao cargo. Na manhã do dia seguinte, terça-feira, 15, um apagão elétrico atingiu todos os estados do país e o Distrito Federal. Ao mesmo tempo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a privatização da Eletrobras fez mal ao país e que uma subsidiária da companhia no Ceará teria sido a responsável pelo problema. Para fechar, a Procuradoria-Geral da União emitiu um parecer em que defende um poder de voto maior à União na Eletrobras.
“A saída inesperada de Wilson Ferreira é um golpe para a tese de investimento da Eletrobras, pois ele não é considerado apenas o melhor executivo do setor elétrico brasileiro, mas também o idealizador e líder do complexo processo de recuperação da Eletrobras”, avaliam os analistas do banco J.P Morgan. O resultado é que as ações da companhia na bolsa de valores acumulam perdas de 8% em apenas três pregões. No acumulado do ano, a desvalorização é de 19%. Por volta das 14h desta quinta-feira, 16, os papéis tinham tímida alta de 1%.
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