A variante ômicron do coronavírus fez o Brasil atingir a maior média móvel de casos em toda a pandemia e promete atrapalhar os planos de quem pensa em viajar no Carnaval. A pouco mais de um mês das festas, a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) relatou ao Radar Econômico que o número de cancelamentos e remarcações ainda não subiu, mas que a procura por pacotes em janeiro está muito abaixo do registrado em 2020 — último ano em que o Carnaval foi realizado. “Os cancelamentos são pouco relevantes ainda, é preciso lembrar que muitas pessoas usam a data para descansar e não necessariamente festejar nos blocos”, diz Ana Carolina Medeiros, presidente em exercício da Abav. A procura por pacotes de Carnaval em janeiro, contudo, diminuiu. “A procura existe, mas é menor do que em 2020. Muito pouco em relação à normalidade, mas, evidentemente, maior do que 2021, quando o feriado foi cancelado”, revela Medeiros.
Os problemas para o setor chegam em um momento já delicado para as agências, que precisam lidar com a suspensão da temporada de cruzeiros e ainda com a paralisação da Ita, companhia aérea que parou de voar às vésperas do Natal. “A conta sobra as agências, que nada tem a ver com esses eventos inesperados. Buscamos a responsabilidade solidária, queremos que essas empresas também se responsabilizem”, pede a executiva da Abav. Vale lembrar que a imensa maioria das capitais já cancelou os desfiles dos blocos. São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, mantiveram apenas os desfiles nos sambódromos.
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