A disparada nas curvas da inflação e dos juros, sobretudo no segundo semestre de 2021, consumiram o poder de compra da população. O IPCA fechou o ano acima dos 10%, e a projeção do Boletim Focus é de que a Selic encerre o ano de 2022 a 11,75%. A piora do cenário macroeconômico freou o avanço do mercado imobiliário no país. No terceiro trimestre de 2021, já sob efeito da alta da inflação e dos juros, as vendas de imóveis desabaram 11,5% em relação ao mesmo período de 2020, mas as incorporadoras relativizam esse cenário. “Temos que avaliar essa subida dentro de um patamar histórico. Os juros nos Brasil quase sempre estiveram acima de dois dígitos e isso não foi um empecilho ao crescimento do setor. Entre 2004 e 2012, por exemplo, o juro médio foi acima de 10% e os financiamentos imobiliários SBPE subiram mais de 50% ao ano. A alta de inflação, sem dúvida, corrói o poder de compra da população, mas por outro lado o imóvel é visto como um investimento seguro que protege o capital do investidor do processo inflacionário. Uma prova disso é que o preço dos imóveis cresceu, em média 15%, em 2021, no Brasil. Em cidades como São Paulo, essa valorização chegou a 20%”, diz Luiz Antonio França, da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). “Temos que considerar que possuímos modalidades de crédito imobiliário que permitem financiar um imóvel em até 40 anos”.
O investido das companhias em bolsa não está tão otimista. As 26 incorporadoras listadas na bolsa de valores derreteram 31,1% em 2021, segundo a consultoria Economatica.
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